O investimento público em cultura de 2003 a 2005 cresceu em quase um bilhão de reais, de aproximadamente R$ 2,4 bilhões, em 2003, para R$ 3,1 bilhões, em 2005, mas o Rio Grande do Sul diminuiu sensivelmente seus investimentos, colocando-se na contramão do país. Os dados são da segunda versão do Sistema de Informações e Indicadores Culturais, com informações referentes aos anos 2003, 2004 e 2005.
Segundo a pesquisa, o Rio Grande do Sul investia cerca de R$ 39 milhões em cultura em 2003 e cerca de R$ 37 milhões em 2005, representando apenas 3,3% do total de despesas com cultura no país. Como comparação, São Paulo representa 28,6%, o Rio de Janeiro 5%, o Paraná 5,3%, Goiás 5,2%, Amazonas e Pará mais de 6% cada, Bahia 10,1% e Ceará 3,6%, todos a frente do Rio Grande do Sul, assim como Minas Gerais (4,8%) e Distrito Federal (4,3%).
A Região Sul também apresenta péssimo desempenho, sendo a Região com menor despesa per capita consolidada com cultura do país, R$ 11,90, menos de um terço da despesa per capita da região Sudeste, de R$ 39,31. A situação é mais preocupante ainda se observarmos a curva de investimentos: em 2003 a Região Sul investia parelho com a Região Norte, mais que a Região Nordeste e pouco menos de 50% do que a Região Sudeste; em 2005, enquanto as demais regiões cresceram substancialmente (a Região Norte passou de R$ 11 para R$ 17, por exemplo), a Região Sul cresceu pouco mais de 10%, isso depois de apresentar redução em 2004.
Mas a pesquisa não traz apenas más notícias para os artistas gaúchos, pois os números apresentados deixam evidente o crescimento do mercado cultural no país. O número total de empresas formalmente constituídas que atuavam na produção cultural brasileira alcançaram um aumento de 19,4%, superior ao crescimento total do número de empresas do País, que atingiu 9,3% no mesmo intervalo. Já o número de pessoas ocupadas assalariadas subiu de 1 para 1,2 milhão entre esses anos, valor correspondente a 15,1% de aumento, enquanto os empregos relacionados aos demais setores da economia subiram 13,2%.
A Cultura também apresentou números superiores à média dos demais setores com relação aos salários: o pagamento mensal médio registrado em 2005 foi de R$ 1.060,48, enquanto o valor referente às atividades culturais foi de R$ 1.565,74, cerca de 47,64% superior.
Outro dado interessante da pesquisa é a quantidade de pessoas ocupadas com a cultura no país. Segundo os dados, em 2006 havia 4,2 milhões de pessoas no Brasil ocupadas profissionalmente com cultura, cerca de 5% das pessoas com mais de 10 anos ocupadas no país. Só na Região Sul são quase 700 mil pessoas ocupadas no setor cultural, um crescimento de mais de 10% se comparado com dois anos atrás.
A pesquisa, uma parceria do MINC com o IBGE, pesquisou os principais aspectos da oferta e da demanda de bens e serviços culturais, a posse de bens duráveis relacionados à cultura pelas famílias brasileiras, os gastos públicos com cultura e o perfil socioeconômico da mão-de-obra ocupada em atividades culturais.
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