“A média anual de leitura do brasileiro é de 1,8 livro per capita”. (PNLL, 2007, pág. 26)
A citação acima demonstra a necessidade de uma preocupação com a situação do brasileiro com relação a sua postura de leitor, e com essa preocupação em mente, surge no cenário nacional o Programa Nacional de Livro, Leitura e Literatura (PNLL).
O PNLL é um conjunto de projetos, programas, atividades e eventos na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas em desenvolvimento no país, empreendidos pelo estado (em âmbito federal, estadual e municipal) e em parceria com a sociedade. Sua prioridade é transformar a qualidade da capacidade leitora do Brasil e trazer a leitura para o dia-a-dia do brasileiro.
Debruçada sobre essa situação, permiti-me fazer uma reflexão sobre o que nós, escritores, estamos fazendo, para contribuir no que tange a esse árduo caminho que é desenvolver o país como sociedade leitora, além de colocar nosso livro embaixo do braço e tentarmos empurrar goela abaixo, como se esse fosse o “livro do ano”.
Percebo que o papel aceita qualquer verdade escrita, e em teoria essa fala é bonita, mas como podemos efetivamente colocar em prática essas ações e pararmos de rodar em volta do próprio umbigo?
Na posição de Escritora, penso que minha missão é incentivar o meu próximo à prática da leitura e à reflexão e aqui minha preocupação maior é com os jovens.
Avalio também a importância da formação de grupos literários com a finalidade de trocas de experiências e união de vozes (e escritas) para que haja eco e, unidos, consigam, respeitando as diversidades, transformar a realidade brasileira que é rica em oralidade para a dimensão escrita.
Para a alteração no quadro existente, urge seguirmos os eixos de ação tão bem definidos no PNLL, destacando:
No tocante a democratização do acesso, faz-se necessária a implantação de novas bibliotecas, fortalecimento das existentes e com isso conquistar novos espaços de leitura e melhorias do acesso aos livros.
No fomento à leitura e à formação de mediadores, faz-se necessário a capacitação de mediadores da leitura, bem como oficinas de criação literária para crianças e jovens e encontro com autores.
Na valorização da leitura e comunicação, a criação de campanhas de valorização do livro, através da mídia e em Feiras de Livros, com testemunhos de formadores de opinião sobre experiências com livros e leitura.
No desenvolvimento da economia do livro, a criação de linhas de financiamento para a edição de livros e fomento à distribuição, circulação e consumo de bens de leitura, com concessão de prêmios e bolsas de criação literária oferecendo apoio aos escritores, bem como estímulo para a produção nacional visando o consumo interno e o exterior.
Para a concretização dessas práticas, precisamos instituir uma política cultural municipal, criando o Plano Municipal do Livro, Leitura e Literatura que enfatiza a dimensão simbólica, cidadã e econômica como um todo, onde cada produtor de arte, respeitando suas especificidades, poderá ser ouvido e colocar em debate suas ansiedades, fazendo valer seus direitos de cidadão.
Portanto, nossa participação, enquanto escritores, é fundamental na produção de bens materiais (livros), instrumento essencial para despertar, através dos textos, o prazer da leitura e a imaginação do leitor, personagem principal de qualquer instrumento da escrita e isso será viável, havendo a união da classe, para que consigamos concretizar as metas do PNLL que é o fomento à criação do Plano Municipal do Livro e Leitura.
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