Ler é transformar-se. Quem lê começa uma leitura sendo uma pessoa e termina sendo outra. Ler, portanto é recriar-se. O leitor vai a cada página, adquirindo nova “plumagem”, novas visões, vai experimentando, através de cada personagem, de cada parágrafo lido, mais conhecimento de mundo e percebe que o mundo não é apenas aquele ao qual ele vive. Descobre que existem vários mundos. Portanto, o leitor é um descobridor.
Porém, engana-se quem pensa que a leitura acontece apenas através de livros, textos teóricos, didáticos, informativos, ilusórios. Não, a leitura se dá através da visão e a visão pode alcançar o infinito. Logo, a leitura acontece além do próprio umbigo, ela acontece em vários momentos, através de cores, sabores, odores, flores, imagens, sons, rostos e músicas. Lemos constantemente. Lemos as expressões de rostos, lemos os sinais de trânsito, lemos os livros e lemos as letras de músicas.
E eis que chegamos num ponto importantíssimo: a leitura das músicas ou de suas letras. A partir delas podemos fazer uma leitura de mundo:
“Todo mundo tá feliz?
Tá feliz!
Todo mundo quer dançar?
Quer dançar!
Todo mundo pede bis
Todo mundo pede bis
Quando para de tocar
Mais um! Mais um!”
E não apenas as músicas, os programas de televisão também. Eles nos revelam o grau da cultura geral de um povo, cidade, país. Qual grau estamos? “Todo mundo tá feliz” com o grau da nossa cultura?
A ‘rainha’, como é chamada, dos baixinhos, divulgou essa alegria aos quatro cantos e por fazer dessa e de tantas outras letras musicais a sua bandeira, foi coroada. Quantos escritores infantojuvenis não devem estar se remoendo ao ler isso? Tem muita gente boa, excelente, morrendo com as suas obras nas mãos enquanto a rainha enriquece com:
Eis que para fechar com chave de ouro e para colocar uma pá de cal na esperança de alguns autores surge o BBB para dizer que a cultura de um povo são as brigas, os namoros fáceis, a troca de interesse, as fofocas, e por aí vai.
Afinal, se lemos tudo e todos e se, após essa leitura do que vemos podemos resumir como está, culturalmente, o mundo ao qual pertencemos, como está a cultura de nosso mundo?
Se houver alguma discórdia (graças a Deus), por favor, comece a mudança! Não adianta ficar sentando à beira do caminho esperando as coisas mudarem. A mudança começa por você mesmo. A propaganda, que é a alma do negócio, fez daquela criatura a rainha dos baixinhos, se a mídia fez do BBB um programa líder de audiência, faça da cultura que você admira estar entre os 10 mais! Seja um multiplicador de coisas boas e não alguém que fica a reclamar da péssima cultura de seu país. De nada adianta reclamar e ser taxado de preconceituoso se você tem preconceito com aquilo que você admira! Se você ama o que lê, então por que não faz propaganda disso!
Vamos lá, vamos divulgar o que é bom. Se ficarmos quietos e calados, as rainhas e os “manos” continuarão reinando no país das maravilhas!
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