Obs.: No mês da criança, um recorte da vida infantil e o seu “vÃnculo” com a Literatura. Um texto para os escritores refletirem sobre os seus textos e os seus destinatários. Uma história verÃdica.
Chamei-a para uma conversa particular. Quando todos saÃram para o recreio fui ao ‘ataqueÂ’, mas quem saiu ferida fui eu. Primeiramente eu indaguei a ela sobre o que estava acontecendo (já havia abordado esse assunto em sala de aula), sobre os nossos livros que estavam sumindo da caixa. Perguntei sobre o que ela ‘achava dissoÂ’ e ela nada disse. Permaneceu com a cabeça baixa. Muda e calada. Depois eu fui ‘obrigadaÂ’ a revelar a minha descoberta (vi a menina pegando um livro pequeno e escondendo dentro das calças). Disse que se ela quisesse, poderia pedir emprestado, que eu ficava feliz em saber que uma aluna minha gostava de ler (e ela nem lia tanto assim na sala de aula). Depois perguntei o porquê dessa atitude. Nesse instante ela encheu os olhos de lágrima e revelou:
- É para matar o tempo.
- Qual tempo? – indaguei.
- Enquanto a minha mãe recebe aquelas visitas à noite.
- E o que tem “essas” visitas? Você lê para elas?
Ela corou e deu o golpe fatal na professora:
- Não! A mãe manda a gente sair da casa, ir pro pátio e ela fica lá com eles e aà eu leio para a mana (irmã menor) para ela não ficar ouvindo aqueles barulhos lá de dentro.
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