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O marketing errado do livro
Roberto Tostes

photo: by KatieWelbacher
 
Quando a gente vê o resultado de uma pesquisa de 2014, afirmando que de 10 brasileiros 7 não leram nem um livro, pode e deve pensar várias coisas.
 
O problema é de gente que não quer ler? Ou são pessoas que simplesmente não tem acesso a um livro, por questão de custo e oportunidade?
 
A mesma pesquisa diz que os entrevistados afirmaram que não leem não porque não gostam de livros, mas porque não tem o hábito.
 
Não adianta querer culpar as pessoas (principalmente os jovens — dizendo que não querem ler, só querem saber de coisas rápidas instantâneas e games).
 
É muito mais uma questão cultural e de educação. O livro facilmente poderia conquistar muitos novos e fiéis leitores.
 
Porque existe ficção e não-ficção para todos os gostos. Seja qual for o estilo da pessoa e personalidade ela vai encontrar um título ou um autor(a) que goste.
 
Que bem cultural apresenta tantas opções de custo e variedade?
 
Qualquer um pode tirar um livro grátis numa biblioteca, ou pegar emprestado de alguém, ou comprar a preços bem baratos em um sebo ou em promoções de feiras e editoras.
 
Basta ver que a maioria dos grandes sucesso do cinema, tevê e teatro são muitas vezes baseados em livros.
 
Se um filme pode causar duas horas em média de impacto. Um livro, dependendo do tamanho pode proporcionar muito mais horas de entretenimento, conforme o número de páginas, e com mais informação e detalhes.
 
O marketing editorial nesse país está errado. O produto Livro tem que ser considerado estratégico e essencial para a divulgação de ideias e conhecimento.
 
Se quisermos mudar esse quadro, precisamos investir em educação, em bibliotecas, escolas, professores, livrarias, espaços culturais, feiras e eventos literários. Apoiar e promover novos autores que trarão novos leitores .
 
Boa parte do mercado editorial é feita de material didático. Mas que esforço é feito pelas grandes editoras , livrarias e distribuidoras para se publicar mais livros a preços menores e acessíveis para uma outra faixa de público?
 
Comprovadamente os jovens leitores preferem os meios digitais, por computador, celular ou tablet.
 
Está aí mais uma oportunidade para tornar o livro digital (nas suas mais variadas formas e versões) realmente barato.
 
O que vemos hoje na maioria dos ebooks mais uma vez é um preço ainda alto, que continuará limitando sua venda aos 30% que ainda compram livros.
 
O Marketing do Livro tem que pensar de forma inovadora e oferecer um produto bom a um preço realmente tentador.
 
O mercado em massa global já faz isso na forma de produtos grátis ou a preços ínfimos para aplicativos, cursos, games e outros tipos de serviço.
 
O Marketing do Livro do nosso país tem que entrar na Era Digital o quanto antes. Se 70% deste mercado está fora disso, a culpa não é das pessoas.
 
Mas esta certamente será a maioria que irá construir o futuro deste país. E com que tipo de informação e conhecimento?
 
Como dizia, Monteiro Lobato, empreendedor da indústria editorial e também autor, um país se faz de homens e livros.
 
Livros não são efêmeros. São únicos e insubstituíveis, autênticos, resultados de anos de trabalho e pesquisas. Não mudam de ideias, estão lá, com suas palavras e informações para sempre.
 
Precisamos muito de novos leitores, e de novos escritores, para podermos fazer do livro (impresso e digital) um produto essencial para o país.

13/04/2015

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Comentários:

Cara Maurem, Acompanho seus textos na web e os valorizo muito. Fico feliz pelo seu comentário e interesse. A questão é complexa e entendo seu ponto de vista. Mas o fato é que os números dizem, 1/3 do mercado editorial do Brasil é bancado pelo governo. Portanto fica a questão: Quem ganha mais com isso? e que retorno as editoras dão em troca para o estímulo da leitura e da formação de novos leitores e escritores? O contato com o autor/leitor é essencial mesmo como você disse. O que precisa melhorar muito é a relação das editoras com os autores no Brasil. De forma geral gasta-se fortunas para pagar direitos de obras e pouco se faz para surgimento de novos autores e para tentar fazer o custo do livro mais acessível a possíveis novos leitores. Mas sempre vale a discussão, e viva a internet por isso. Abs!
roberto tostes, rio de janeiro 10/05/2015 - 11:10
Roberto, concordo com grande parte dos argumentos e analises que relacionas, mas sempre fico angustiada ao ver uma avaliação do problema que desemboca em soluções potenciais situadas na mão de outros atores - sejam governos, empresas ou instituições quaisquer. Que tipo de ação ou ações concretas, ligadas a esse aspecto que discutes aqui, imaginas que autores interessados em fomentar a leitura possam fazer!? Eu mesma me questiono muito sobre os meios de contribuir para isso e volta e meia me sinto um tanto perdida. Tenho percebido que o contato autor-leitor, seja em oficinas em escolas ou outras formas de aproximação são uma parte importante, mas certamente não capaz de reverter o quadro... enfim, gosto de pensar e discutir o que está (ainda que em pequena medida) nas nossas mãos, sem deixar de olhar a necessidade de influenciar outras instâncias. Abraço!
Maurem Kayna, Guaíba - RS 07/05/2015 - 11:37

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  Roberto Tostes

Escritor, Blogueiro. Sócio na Fazer Comunicação, trabalha com comunicação, marketing e projetos editoriais.

robertotostes@gmail.com
www.facebook.com/robertotostes


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