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Livros infantis e seus fins na escola
Cláudia de Villar

Erroneamente pensa quem tem ainda a imagem de que o livro infantil é coisa somente de criança. Livro infantil é coisa séria e muitas vezes, motivo de discussão nas escolas. Qual o motivo? A sua funcionalidade. Para que serve o livro infantil no ambiente escolar? Afinal, leitura não é prazer? Ou ler também é educar? Mas para educar, não temos os livros didáticos com seus pequenos textos e trechos de obras infantis? E então, por que tanto briga?

Primeiramente, temos que conhecer o universo escolar. Quem são os professores que habitam esse espaço educacional. Quem faz parte da equipe diretiva (são eles que compram os livros infantis, na maioria das vezes), como é a comunidade escolar, quem são os pais e os alunos. Com esses dados em mãos podemos começar a refletir sobre essa problemática que muitas vezes, desde o leigo até o escritor de obras infantis, desconhecem.

Partamos agora do princípio da compra de obras infantis nas escolas (esqueçamos aquelas que veem do FNDE). Quem compra esses livros? Professores, equipe diretiva ou bibliotecários. Mas o que importa? Faz alguma diferença. Faz. Infelizmente, faz muita diferença. Obviamente temos exceções (graças a Deus), mas na maioria das vezes, essa “separação” de cargos dentro do ambiente escolar no momento da compra faz uma grande diferença.

Temos de um lado a equipe diretiva que conta apenas com a sua experiência leitora (o que tem na memória sobre literatura infantil). De outro lado temos professores, muitas vezes despreparados e/ou agarrados na ânsia de cumprir com a grade curricular e suas disciplinas e, de outro lado temos os bibliotecários. Quem vence essa luta entre Profissionais e Alunos? O que temos são alunos cada vez mais desgostosos da leitura. Sabe por quê?  Porque o que falta é o gosto pela leitura. Simples assim.

Enquanto tivermos diretores que querem apenas “gastar” a verba na compra de livros baratos, coloridos e de letras grandes, professores com a errônea ideia de que livro literário serve para uso do estudo de gramática ou de aquisição tão somente da leitura e escrita e bibliotecários sofrendo com a bandeira da arte literária, teremos alunos que não gostam de ler. Quem compra livros tem que gostar de ler!

De uma vez por todas, livros infantis não são livros didáticos! Em que o aluno deve, após uma leitura silenciosa ou em grupo, encontrar as vogais, as consoantes, os substantivos e verbos ou então, fazer exercícios de caça-palavras acerca da narrativa. Assim, sabendo que será sabatinado após uma leitura, quem vai gostar de ler?

Por fim, resta-nos a refletir sobre as mãos em que pairam a educação literária infantil nas salas de aula. O poder do NÃO e do SIM que se encontram nas mãos de educadores não leitores transforma alunos sedentos por ler em apáticos estudantes. Enquanto a Literatura Infantil for vista como material de uso de aprendizagem e não como livro de leitura, crianças estarão sendo colocadas num mundo “Não-Leitor”. Ler também possibilita a aprendizagem, mas ler livros infantis não é material de uso de ensino da leitura e escrita.


28/07/2015

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Comentários:

Parabéns, Cláudia, pelo texto. Foste muito feliz na abordagem que os de fora do ambiente escolar, desconhecem. Gostei muito.
Jacira Fagundes, Porto Alegre 30/07/2015 - 16:46

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  Cláudia de Villar

Cláudia Oliveira de Villar é natural de Porto Alegre/RS e atua desde 2000 como professora de séries iniciais do ensino fundamental em escola pública estadual. Possui doze livros publicados, sendo dez para o público infanto-juvenil e dois para adultos: Eu também... (Alcance, 2005, infantil), Bola, sacola e escola (Manas, 2009, infantil), Zé Trelelé no Gre-Nal (Manas, 2010, infantil), Uma foca na Copa (Manas, 2010, infantil), Meu Primeiro Amor (Manas, 2011, infantil), Aprendendo a viver e ensinando a sonhar (Manas, 2012, adulto), Rambo, um peixe no fandango (Manas, 2013, infantojuvenil), Mano e a boneca de pano (Manas, 2013, infanto-juvenil, O Mistério do Vento Negro, volumes I e II(Imprensa Livre, 2014-2015, juvenil), Um Continho de Natal(Metamorfose, 2016) e o lançamento de 2018: Histórias para ler no Intervalo ( Metamorfose, 2018). Participou de três antologias, Brasil Poeta (Alcance, 2005), Casa do Poeta Rio-Grandense (Alcance, 2005) e Mercopoema (Alcance, 2005) e uma coletânea de contos, Metamorfoses (Metamorfose, 2016). Além do curso de Magistério, Cláudia é graduada em Letras, especialista em Pedagogia Gestora e Supervisão Escolar. Atua no meio educacional também como mediadora de leitura e, como jornalista colaboradora, a escritora é colunista do Jornal de Viamão/RS, bem como escreve para o portal Artistas Gaúchos, Homo Literatus e Almanaque Literário.

claudiadevillar@yahoo.com.br
www.claudiadevillar.com.br
www.facebook.com/claudia.devillar


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