Na sexta-feira de inauguração da Black Friday, fui ao Shopping Praia de Belas. Antes que me acusem de consumista ou oportunista, preciso dizer que a tentação por compras está longe de ser minha marca. Tampouco os descontos irresistíveis que seriam oferecidos pelo comércio não me causariam qualquer frenesi.
Minha amiga e eu costumamos nos encontrar no shopping regularmente. Para uma tarde de atualizações referentes àqueles assuntos que excedem o espaço do whats, ou das conversas telefônicas. Não prestamos atenção na data e marcamos nosso encontro para aquela sexta-feira. Seria em um dia qualquer, mas que serviria a nós duas.
Chegando lá, andamos um pouco, circulamos por algumas poucas lojas, bisbilhotamos aqui e acolá. Em seguida, nos dirigimos para nosso canto preferido – uma cafeteria que fica no 3º andar – onde já somos conhecidas.
Meu sonho de consumo, naquele instante, ficou restrito a um Petit Gateau – aquele sorvete acompanhado de um bolinho quente que contrasta com o gelado do sorvete e que costuma encantar o paladar de muitos.
Conversa fora, assuntos em dia, saímos para uma volta no segundo andar e passamos a olhar as vitrinas, acabando por entrar naquele lugar que significa santuário para as duas – a livraria. Na Saraiva, “A casa inventada”, novíssima obra da Lya Luft, alcançou meu olhar antes mesmo que eu percebesse.
Eu havia lido a coluna da Lya no jornal, onde ela fazia referência ao novo livro. Na leitura da coluna, me vi, como a autora, na minha casa de infância e adolescência, onde muitas vezes, costumo visitar quando das minhas entregas àqueles sonhos de olhos abertos.
Peguei o livro em questão e me dirigi à caixa. Foi ali que o atendente me informou do desconto, afinal a Saraiva havia também se aliado ao Black Friday.
Já em casa, li a orelha (ainda não tive tempo para ler o livro, ainda há outros na fila). A orelha fala que “Lya costura romance, ensaio e ficção para traçar a arquitetura afetiva da casa que a imaginação inventa: a porta de espiar, o espelho de Pandora, a sala da família, o quarto das crianças, o porão das aflições, o pátio cotidiano, o jardim dos (a)deuses.”
Fui tomada de um sentimento muito bom e tranquilo, em relação às minhas aquisições na Black Friday: um sorvete, um bolinho e A Casa Inventada. Não me pesaram nos braços, sequer no bolso. E, de sobra, me abriram portas e janelas para plena satisfação.
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