Jorge Amado nasceu em em 12 de agosto de 1912 em Itabuna, na Bahia, escreveu quase 40 livros com o olhar aguçado sobre os costumes e a cultura popular do país. Morreu em 2001.
Imagem divulgação
A fazenda de cacau em que nasceu, os terreiros de candomblé, a mistura de crenças religiosas, a pobreza nas ruas de Salvador, a miscigenação, o racismo velado da sociedade brasileira são alguns dos elementos que compõem sua obra, caracterizada por “uma profunda identificação com o povo brasileiro” diz Eduardo Assis Duarte.
“Ele “tinha o compromissos de ser uma espécie de narrador do Brasil, alguém que quer passar” o país a limpo” diz o pesquisador, professor de Teoria da Literatura, na Universidade Federal de Minhas Gerais.
O baiano destacou a herança africana e a mistura que compõe a sociedade brasileira como valores positivos do país.
“Ele foi um escritor popular em um país onde não se lÊ muito e não tem uma tradição de leitura, apesar de ter grandes escritores” diz Milton Hatoum. Para ele o universo ficcional rico em tramas e personagens de Amado parece dar conta de toda a pirâmide social do Brasil, da elite política e econômica aos mais desvalidos.
“O mundo que ele criou é cheio de personagens muito vivos, coloridos”, com uma sensualidade que não é exótica.”
Amado gostava de se definir “como um contador de causos”. Mais do que explorava novas linguagens literárias, seu objetivo era conquistar leitores e alcançar a massa, diz Assis Duarte.
Sua linguagem era coloquial, simples, como a linguagem falada, sua forma de contar histórias era folhetinesca, com muitos personagens, ápices, acontecimentos.Isso ajuda a explicar a rejeição da crítica acadêmica durante muitos anos.Também ajuda a entender as prolíficas adaptações da sua obra para filmes, novelas, peças e séries da TV.
Ele adotava uma postura crítica dos problemas sociais do país e ao mesmo tempo retratava “um povo alegre, trabalhador que não desiste.”
“Para os críticos ele faz uma idealização do povo.”
“Amado leva para o centro de suas histórias heróis improváveis para seus tempos - um negro, uma prostituta, um faxineiro, meninos de rua, mulheres protagonistas”. Ele traz o homem do povo para o centro do livro. Coloca-o como herói de suas histórias e ganha o homem do povo como leitor.”: diz Assis Duarte.
Tanto a vida como a obra de Amado foi marcada por sua militância política no comunismo.
A intimidade com que expôs seus traços, costumes e contradições da cultura brasileira foram um dos fatores por traz da popularidade de que Amado desfrutou em vida.
Amado é um dos escritores brasileiros mais conhecidos internacionalmente, com obras publicadas em 49 línguas e 55 países.
Durante os cinco anos passados no exílio com a esposa Zélia Gattai, na França e na antiga Tcheco - Eslováquia ele viajou e ampliou seu círculo de amizades - conheceu Pablo Picasso, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir.
Jorge Amado deixou várias frases, entre elas:
“QUANDO ESCREVI MEU PRIMEIRO LIVRO NÃO FOI PARA FICAR FAMOS0, MAS PARA EXPRESSAR O QUE SENTIA.”
“NÃO TENHO ILUSÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA MINHA OBRA, MAS SE NELA EXISTE ALGUMA VIRTUDE, É ESSA FIDELIDADE AO POVO BRASILEIRO.”
O centenário de Jorge Amado motivou uma série de seminários e eventos comemorativos em cidades como Salvador, Ilhéus, Londres, Madri, Lisboa, Salamanca e Paris.
Países como: Romênia, Alemanha, Espanha, Bulgária, Sérvia, China, Estados Unidos e Rússia são alguns que firmaram contratos recentes para lançar seus livros, diz Nogueira.
(Fonte de pesquisa internet - Jornal BBC Brasil)
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