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Novo livro de Miguel da Costa Franco vai da política ao romance e do suspense à ficção futurista
Luísa Tessuto


Miguel da Costa Franco lança seu primeiro livro de contos, “Não Romance”, tendo já publicado uma narrativa longa em 2015, “Imóveis Paredes”. O lançamento será no dia 23/07 deste ano no Dado Bier do Bourbon Country, em Porto Alegre, às 19h.
 
Neste seu segundo livro, Miguel traz à tona peculiaridades das relações humanas a partir de contos sobre temáticas variadas, desde política, relacionamentos amorosos até suspense e especulações futurístas. 
Na entrevista a seguir, Miguel explica o porquê do título do livro, comenta sobre o conteúdo dos contos, compara a escrita de um romance com a escrita de um livro de contos, conta o que trouxe de autobiográfico para a escrita e reflete sobre a política como algo inerente ao ser humano. 
 
Para mais informações sobre o livro, acesse o endereço editorametamorfose.com.br/1056583/nao-romance
 
Para conhecer mais o autor, visite o site migueldacostafranco.com.br
 
 
Luísa Tessuto: Por que “Não Romance”? O que esse “não” quer dizer?
 
Miguel da Costa Franco: A minha mãe diria que tem a ver com toda a minha história, porque segundo ela as primeiras palavras que eu disse foram: “não, não, não…” (risos). Não Romance é o nome de um conto, a coletânea acabou tendo o nome de um dos contos. Esse conto é a história de um romance que poderia ter acontecido e não acontece. Essa é a origem do título.
 
Luísa: O que unem os contos? E o que os separam?
 
Miguel: As temáticas são variadas, tem desde histórias contadas a partir da ótica de um menino de cinco anos até a de um velho com mais de oitenta. São temáticas que flutuam bastante por todo o lado, inclusive algumas com viés erótico, outras com viés de suspense, outras com viés futurista, de ficção científica. Eu acho que o que une todos eles é um olhar, um ponto de vista sobre as relações humanas, sobre a natureza humana e como que essa humanidade se expressa em diferentes situações, sejam elas as mais íntimas, sejam as mais pueris, como a relação pai e filho, a relação de um homem com a tecnologia, enfim, são várias temáticas. Não dá para dizer que há uma coesão temática no livro. São vários pontos, de vários momentos. Alguns reciclados de vinte anos atrás, outros bem fresquinhos, recém saídos do forno. 
 
Luísa: Qual a diferença entre escrever um livro de contos e um romance? 
 
Miguel: Na verdade, o romance exigiu de mim uma disciplina e um método que eu não preciso ter para a narrativa mais curta. Acho que tem a ver eu estar lançando um livro de contos agora, que eu tenho uma certa dificuldade de me disciplinar, em função de várias coisas que aconteceram na minha vida pessoal, que não vem ao caso. O romance exige uma dedicação mais firme, diária, para trabalhar, e eu não tive essa disciplina nos últimos tempos. 
 
De outro lado, não dá para pensar que o conto exige menos do autor. Com o conto a gente precisa ser muito preciso, dizer em poucas palavras o que muitas vezes no romance tu tens páginas e páginas para discorrer à vontade. Mas enfim, a diferença básica, no meu caso, foi o tempo de dedicação e o ônus que é escrever um romance, é uma coisa pesada pela coerência, pela necessidade de manter um fio narrativo, de construir adequadamente vários personagens. Para mim, isso está casado com tempo de dedicação, que eu não tive no momento. 
 
De certa forma, eu sempre fui mais da narrativa curta. O meu romance casou com um momento em que eu consegui aliar essas questões de rotina, de trabalho para escrita, voltado exclusivamente à escrita. Foi um ano que eu passei organizadamente escrevendo todas as manhãs, das 9h às 13h. E aí é possível, a gente consegue desenvolver um romance, mas primeiro é preciso desenvolver a disciplina. 
                                                                                     
Luísa: Muitos dos contos se passam na Porto Alegre anterior ao ano 2000. O quanto de memória tem na sua criação ficcional?
 
Miguel: Bastante, sem dúvida. Embora nessa coletânea tenha até um conto do momento da prisão do ex-presidente Lula, lá em São Caetano. Agora tem muitos contos que são autobiográficos, acho que é inevitável, a gente acaba escrevendo sobre as experiências por que passou, e que tem importância na nossa vida. Assim como tem contos de Porto Alegre dos anos 70/80,  ambientados um pouco mais atrás, tem contos muito atuais, deste ano, que se passam no momento atual. Não há essa unidade temática em relação ao viés temporal. Como eu disse, o conto que é narrado pelo menino de cinco anos é o golpe de 1964, aos olhos daquela criança. E tem contos que são uma Porto Alegre do futuro, talvez 2080, por aí. Então a imaginação flutuou de 1964 até 2080 (risos). 
 
Luísa: Um dos contos faz alusão, ao que parece ser, à ex-presidente Dilma, “A vizinha ilustre”. De que forma questões políticas estão presentes no livro?
 
Miguel: Eu acho que a política é uma coisa fundamental no ser humano, todos somos seres políticos, queiramos ou não. Se alienados ou não, a gente está fazendo política o tempo todo. E pode-se escolher a forma, seja da forma alienada ou da mais participativa. Tem esses dois contos, “A vizinha ilustre”, que, realmente, é um conto baseado em uma pessoa que é a vizinha de uma ex-presidente da República recentemente impedida: é a Dilma. O outro conto é a prisão do Barba, um líder sindical, que está sendo preso em um momento recente. 
 
Agora, há outros contos que falam de outras temáticas, e que não necessariamente deixam de ser políticos também, na medida em que muitas políticas públicas podem contribuir para diminuir, por exemplo, o sofrimento de um idoso com relação à tecnologia, se houvesse políticas de inclusão digital, políticas que mantivessem as pessoas atualizadas no seu contexto histórico, e assim por diante. Eu acho que talvez porque a história desse menino, que lá nos seus cinco anos teve sua casa invadida para o seu pai ser preso, tenha muito de autobiográfica, é inevitável que ele venha se preocupando com política desde os cinco anos, e vá se preocupar com ela até o fim dos dias. 
 
Luísa: De que forma o Curso Livre de Formação de Escritores te ajudou na processo da escrita do livro? 
 
Miguel: Vários dos contos que estão neste livro foram escritos após a minha entrada no curso. Acredito que por volta de uns dez contos que estão no livro foram posteriores à minha entrada. O curso está me dando muitas ferramentas de autocrítica, com relação à construção dos textos, tanto na questão formal, quanto na questão de como tornar as narrativas mais interessantes ao leitor. O curso contribuiu bastante, sem dúvida. 

 

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