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Os 15 anos de minha mãe
Oscar Bessi


Domingo, dia 04 de setembro, Dona Maria Helena de aniversário. E resolveu comemorar com uma festa que ela chamou de “meus quinze anos”. Na verdade sete décadas. E foi a maior festa que em toda a minha vida vi a minha mãe organizar para si. Amigos, parentes de lá e de cá, as presenças mais queridas de sua vida. Coincidentemente (ou não) faço aniversário no mesmo dia. E ela, além de colocar meu nome no convite, ainda me ofereceu a oportunidade de convidar meus amigos. Preferi não fazê-lo. Talvez por não ser muito de festas, vai dizer alguém que me conhece. Não. É que eu queria que fosse uma festa 100% dela. O seu momento. Com cores, sabores e músicas de Maria Helena. E, no fim das contas, os familiares, e boa parte dos amigos, são os mesmos.

E foi bonito. Simples, mas repleta de extremo bom gosto em todos os detalhes. E grandiosa no aconchego e alegria das presenças humanas. A família de meu pai, a família dela, suas amizades e parcerias de todos os dias. Gente que veio de longe, gente que não se via há anos, nesta absurda correria dos dias de hoje que aceitamos como normal. Ao final, seu sorriso satisfeito, sua vontade de seguir os dias da semana falando da festa, ouvir que estava ótimo, que todos se divertiram, que a música e a comida, o bolo e os enfeites que nos reproduziam estavam maravilhosos.

Eu precisei pensar, naquela noite, na trajetória desta mulher que tanto admiro. Talvez seja algo piegas e quase toda a humanidade (exceto os filhos da violência e da distorção) admire suas mães como heroínas. Mas penso na jovem que fazia seu aniversário de 24 anos, naquele distante setembro de 1970, onde tudo era mais difícil, telefone era raro, táxi e ambulância também - mesmo em Porto Alegre – e foi sozinha ao médico, com dores na barriga. O médico se preocupou, “acho que perdeste teu filho, precisas ir para o hospital”. E ela foi. Sozinha. O pai estava nalgum quartel do mundo. No hospital, ela descobriu que ainda dava tempo (quase não deu!), mas o filho se enforcava no cordão umbilical, seria complicado, talvez fosse preciso escolher entre ela e o bebê. Então nasci. De teimoso. Vieram quatro infecções hospitalares querendo nos derrubar e insistimos. Vaso ruim não quebra, talvez seja a primeira frase da minha vida. Hoje estou aqui, e ela está aqui, e somos imperfeitos como é do ser humano, mas vamos muito bem porque, lá no primeiro capítulo, a vida já nos ensinou que somos todos iguais, somos nada, que pose e frescura são vazias. Podemos ser felicidade e a humildade. Sinceridade. E este foi o tom da festa de domingo, refletido no sorriso da minha heroína.

 

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