Harmonia, melodia e letra. Essa é a receita das músicas criadas
pelo grupo Os PoETs. Um ritmo dançante, totalmente pop, capaz de empolgar
o público desde a primeira até a última música do
show.
A estréia do trio foi em 2001, na Jornada Nacional de Literatura de
Passo Fundo e, desde então, não pararam mais. Os Poets, leia-se
poetês, trabalham em conjunto. Dividindo a criação de letras
e melodias, já compuseram cerca de 40 músicas. Alexandre Brito,
Ricardo Silvestrin e Ronald Augusto além de poetas são também
amigos, músicos e compositores. Suas canções são
compostas e executadas em parceria, variando apenas os músicos que os
acompanham.
O ET dentro dos poetas
“não importa
como todo oceano se resume numa gota
todas as mulheres se resumem em você”
Apesar de, contraditoriamente, não considerar como poesia as letras
das músicas que cantam, Silvestrin, admite que há um cuidado especial
na hora da composição. Para ele, “Música legal com
letra bacana”, mais do que o nome do primeiro cd, é a proposta
do grupo: uma música que seja boa de ouvir, de cantar, de dançar
e que tenha uma novidade, alguma surpresa sonora. As letras das músicas
dOs PoETs são simples e a mensagem mais simples ainda. Algo meio filosofia
de botequim, misturado com o estilo carpe diem, aproveite o dia, a vida, pois
ela pode ser ruim, mas mesmo assim é boa. E assim, o grupo trata de temas
triviais da nossa vida, da forma como qualquer bom poeta é capaz de tratar.
“As letras são dificilmente simples, é o mais difícil
de fazer”, constata Silvestrin ao lembrar da hora da criação.
E assim é o trabalho limado, (como talvez diria o poETa Olavo Bilac),
bem-humorado, debochado e, por que não, comercial, dOs PoETs.
O musical que ninguém viu (porque ainda não tiveram a
idéia de fazer, é claro..)
A mistura de ritmos variados (pop, surf rock, chorinho?) e a escolha das músicas
dos shows revela uma unidade que nos dá a sensação de estarmos
ouvindo algo contínuo. No show realizado Ocidente, dentro do Porto Verão
Alegre 2009, a impressão foi que as melodias eram lineares, formando
uma grande composição. Bastava apenas reordenar os temas para
chegarmos a um formato que poderia até se aproximar de um musical daqueles
bem animados. Aliás, a animação se estendeu à grande
parte do público, composto em grande parte por fãs da banda, que
pediu e ganhou bis em formato acústico.
Conforme Silvestrin, os arranjos vocais são feitos para até três
vozes; porém, apesar da divisão, que teoricamente coloca um dos
três cantores como a 1ª voz e os outros como backing vocals, uma
(possível, será?) “abdução” do técnico
de som no show impediu que se escutasse claramente o efeito vocal desejado pelo
grupo. Destaque, no acústico, para a bela voz de Ronald Augusto, mais
grave e menos afetada pelo “pequeno detalhe” que faz a grande diferença
em qualquer apresentação.
Redondo com um buraco no meio
Os poETs – o disco – deve ser lançado em cerca de 3 meses,
conforme conta Ricardo Silvestrin. Marcelo Fornazzier, ex-guitarrista do De
Falla e conhecido dos cinéfilos pelos curtas “O 8º selo”
e “O velho do saco”, assina a produção. A seleção
das músicas para o cd foi literalmente testada nos shows da banda, quando
foi verificada a receptividade do público a cada canção.
Apesar de relevante, o gosto da platéia não é o critério
mais importante para as escolhas, revela o músico. Os poETs não
abrem mão do que gostam de cantar. “O primeiro público somos
nós, o grupo tem que gostar”, conta divertido Silvestrin.
No youtube, já se pode conferir algumas músicas dos PoETs, como
Só você
e Nostradamus.
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