Algumas pessoas parecem escutar mas não ouvem. Outras fingem prestar atenção mas não querem aprender. Tem aquelas que acham que sabem ler mas não absorvem aquilo que realmente importa.
Um texto não é uma folha imóvel nem uma tela piscando. Uma leitura é quase uma conversa. Se você não dialoga com o que lê, não vai se emocionar, guardar nem aprender nada.
Você poderá retornar para uma página um livro ou frase durante toda sua vida.
Ler é ver a si mesmo ou o outro(a) e o mundo sob um aspecto diferente. Ler é ler e reler, decorar, repetir, ler de trás pra frente. Entender e não entender, desconfiar, recomeçar, querer ver de novo.
Mesmo sem ter nunca visto ou ter conhecido um(a) escritor(a) você poderá ler e conhecer sua alma, seus mais profundos, difíceis ou simples pensamentos. Estará junto dele de alguma forma, não importa se na ficção ou na realidade.
Ler é muito mais do que ver uma palavra ao lado da outra. É uma descoberta, um choque de realidade. Construir e desconstruir um muro, ter medo, prazer, loucura e curiosidade misturados.
Ir do nada ao tudo num pulo, em menos de um segundo. Levar um susto ou ver o coração disparar sem sair do lugar.
Ler nunca se acaba, nem quando alguém escreve ou quando outros leem. Ler será sempre infinito, um significado além do comum.
Leitores cegos existem muitos, e parecem se multiplicar, num mundo lotado cada vez mais de informações e sensações visuais vazias e auto-referentes.
Mas haverá sempre chance de um deles redescobrir a linguagem. Mudar sua forma de ler, ir tateando de verdade as palavras, em forma, som, sentido.
Leitores cegos costumam não querer fugir do espelho mas sempre podem voltar a enxergar.
Como se nunca tivessem visto aquilo, e pudessem perceber de repente o mundo que existe sutilmente por trás de uma palavra ou frase.
E do nada, vibrar de felicidade e espanto, por conseguir enfim ler, de corpo e alma.
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