Para Ser Escritor
Charles Kiefer nasceu em 1958, em Três Passos, RS.
Entrou na ficção em 1982 com a novela “Caminhando na chuva” de temática adolescente que já vendeu mais de 100.000 exemplares.
Em 1985 ganhou projeção nacional com a novela.
“O” Pêndulo do Relógio “livro de contos recebeu Prêmio Jaboti da Câmara Brasileira de Letras”. Em 1993 recebeu novamente o Prêmio Jaboti. Desde então vem acumulando uma série de outras premiações.
Com mais de trinta livros publicados Charles Kiefer é contista. Tem um romance publicado. É professor de Escrita Criativa na PUC e orientador de oficinas literárias. Escritor consagrado publicado também na França e em Portugal. Alguns de seus livros têm dezenas de reimpressões. Nos últimos 25 anos já ensinou a arte de escrever a milhares de pessoas.
No ano de 1998 participei de uma oficina de contos com ele com duração de seis meses, em P. Alegre.
Em 2010 lançou o ensaio literário “PARA SER ESCRITOR”.
“Ninguém nasce escritor”, afirma o autor neste livro de textos rápidos, mas consistentes.
Na obra “Para Ser Escritor” apresenta variadas facetas do processo criativo, os mecanismos do sistema literário. Problemas éticos e sociais da vida autoral são discutidos com rigor e ternura. É um livro com capítulos curtos o que torna a leitura muito prazerosa.
Já no início ele aborda os blogs e diz que não passam de “trenzinhos de alegria”, versão do ego, em adolescentes desorientados para fazerem cartase. “No entanto, mais adiante” diz que os blogs poderão vir a ser a mais autêntica forma de expressão artísticas do século XXI.”.Na mesma página diz que o texto na internet não passa de “texto latente “, à espera de ser publicado em livro. Será que alguém teria coragem de se anunciar “escritor” sem livro publicado? Escritor de blogs? Continua “imaginamos numa Feira de Livro, um autor abrindo um laptop e chamando o público para ver seu livro no monitor...”.
“O cinema não matou o teatro, escreve ele. A internet não matará o livro".
O mundo das formas é infinito. “Não nos livraremos do livro tão cedo nem dos blogueiros”.
Nas oficinas literárias, diz Charles: alguns alunos apegam-se a detalhes do texto, nas inadequações semânticas e sintáticas. Narrar é um desvelamento. Descobrir o que estava velado, no mundo em si mesmo e revelar, tornar a descobrir o que estava velado. Um bom conto esconde o que mostra e mostra o que esconde. Há um momento em que o escritor percebe que se parasse de escrever ninguém perceberia. Literatura é solidão, a mais profunda solidão, a mais espessa e ampla solidão.
“Talvez não seja possível ensinar a escrever, mas é plenamente possível ensinar a aprender a escrever.”
Quando fiz oficina com ele, nos disse que “se saíssemos da oficina sabendo ler bons autores, ele já ficava feliz”. Continua: “muitos alunos fazem confusão entre conto e crônica. Um conto é um conto. É como um cristal de quartzo, tem uma estrutura específica. O conto cria, enquanto a crônica documenta. O conto significa relato, narração."
O tempo no interior da crônica, não transcorre, ela é intemporal e descritiva.”
Kiefer afirma que é um grande incentivador dos concursos literários.As razões são estéticas, econômicas,psicológicas e sociais.
“No último capítulo Charles diz”: o conto deve ser pensado longamente,mas escrito rapidamente. Não importa o tempo que se leve a reescrevê-lo. Escrever conto é como pintar paredes .Não pode ser interrompido..Um conto é um meteorito.”
O livro PARA SER ESCRITOR de Charles Kiefer é precioso.
Numa linguagem fácil e fluente, nos coloca nas entranhas da literatura, do conto. Recomendo aos escritores, especialmente aos iniciantes.
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