Há pouco mais de um ano, trabalho no SATED/RS, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio Grande do Sul. Nunca fui muito adepto a questões políticas. Achava um tema chato, tanto que sempre gostei do movimento “voto nulo”, apesar de nunca tê-lo praticado. Mas, com o tempo, com a maturidade, talvez, fui percebendo que se a gente não se mexe, nada sai do lugar.
Pois bem, para quem não sabe, o sindicato é uma associação que reúne pessoas de um mesmo segmento econômico ou trabalhista e tem como objetivo principal a defesa dos interesses econômicos, profissionais, sociais e políticos dos seus associados. São também dedicados aos estudos da área onde atuam e realizam atividades (palestras, reuniões, cursos) voltadas para o aperfeiçoamento profissional dos associados. Os sindicatos de trabalhadores também são responsáveis pela organização de greves e manifestações voltadas para a melhoria salarial e das condições de trabalho da categoria.
Posto isto, falemos agora do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio Grande do Sul, ou simplesmente, SATED/RS. Criado na década de 70, durante a ditadura militar, teve como origem a Associação Profissional dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul - APATEDERGS, do qual representou uma evolução, ganhando sua Carta Sindical no dia 1º de Maio de 1987, há um quarto de século. Surgiu com a finalidade de congregar a classe artística e do entretenimento em torno de assuntos de seus interesses e na defesa de seus direitos, visando ao desenvolvimento profissional da categoria, a partir da promulgação da Lei 6.533 e do Decreto 82.385, ambos em 1978. Durante anos, no entanto, o SATED/RS foi comandado por juntas governativas, o que o impedia de assumir uma posição mais política frente aos interesses da categoria de trabalhadores em espetáculos de diversões gaúchos. No dia 16 de dezembro de 2008, uma diretoria foi eleita, dando início ao processo pelo qual hoje passamos de um reconhecimento maior da importância da profissionalização dos artistas e técnicos em espetáculos de diversões.
Esse fato é claramente observado no aumento da demanda por registros profissionais, por exemplo. Assim que me formei em Bacharelado em Teatro na UFRGS, fui ao Ministério do Trabalho e Emprego para efetuar meu registro profissional como ator. Isso foi em março de 2009. Meu número de registro é 9.559. Ou seja, de 1978, da promulgação da lei, até o ano de 2009, 9.559 artistas foram registrados no Ministério do Trabalho. Hoje, pouco mais de três anos depois, já estamos quase no registro de número 12 mil, o que significa mais de 2 mil artistas registrados nos últimos três anos. E detalhe: esses números são relativos apenas ao estado do Rio Grande do Sul, os outros estados seguem suas próprias numerações.
Agora, no dia 18 de junho, segunda-feira, haverá uma Assembléia Geral para que a categoria artística gaúcha possa participar e votar em assuntos importantes como piso salarial, contratos de trabalho, cachê-teste, entre outros que farão parte do dissídio coletivo da categoria, pela primeira vez a ser juridicamente encaminhado e validado na história das artes de espetáculo gaúcha. É um passo importante para a valorização dos profissionais da arte em que todos os trabalhadores dessa categoria precisam estar unidos e presentes. Não adianta reclamar que a situação não está boa, que a Prefeitura isso, que o Estado aquilo, etc. É preciso agir! E agora é a hora!
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